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A teoria Mc Cready, recebe o nome
do Sr. Paul Mc. Craedy, que foi quem criou uma tabela de
cálculos para ser utilizada em planadores há décadas atrás. Nos
Planadores é utilizado um anel colocado sobre o variometro
analógicos, que permitem ao piloto otimizar a velocidade dos
vôos de distância e de competição, em função dos valores médios
das térmicas do dia. Em outras palavras, se o dia não tinha
nenhuma ascendente, o valor médio das térmicas seria "0". |
Então o anel era ajustado em "0" sobre
o variometro. Se o dia tinha um valor médio de +2 m/s, então se
rodava o anel até coincidir com o +2 do variometro. E assim por
diante para qualquer valor estimado para as térmicas do dia, ou da
parte do dia em que se está voando.
Qual a vantagem disso?
Imagine 3 pilotos que estejam na mesma
altura e ao mesmo tempo dirigem-se a uma mesma térmica. O valor
médio das térmicas do dia está em +2 m/s.
O primeiro piloto voa sobre o
seu conceito de melhor planeio, ajustando o mesmo de acordo com a
curva polar de velocidades de sua asa. Isso será o mesmo que voar em
Mc Cready "0".
O segundo piloto estima que a
térmica a qual se dirige, terá um valor médio em toda sua extensão
de +2 m/s e ajusta o anel de Mc Cready em + 2 m/s. Isto indicará a
este piloto de que ele deve voar mais rápido em velocidade do que o
primeiro piloto que está em Mc Cready "0". Este segundo piloto que
voou em maior velocidade, chegará antes na primeira térmica,
logicamente mais baixo do que o primeiro irá chegar. Porém quando o
primeiro piloto chegar, o segundo já estará mais alto, porque o
tempo que leva para ganhar altura em uma térmica de +2 é menor do
que o tempo que primeiro piloto em menor velocidade levará para
chegar à térmica.
O terceiro piloto decide voar
muito mais rápido entre as térmicas, ignorando qualquer tipo de
cálculo, voando em um valor Mc Cready, muito mais alto do que o
indicado para o dia. Chegará antes do que todos, porém tão baixo,
que o segundo piloto, mesmo mais lento, chegará mais alto do que
ele. O terceiro piloto estará ganhando altura em baixo dele, porém o
tempo para se subir em uma térmica de +2 m/s era maior do que a
diferença entre a chegada do piloto 2 na térmica. Enfim o melhor
piloto nesta transição, será o que estime com maior precisão qual
será a média da próxima térmica e saiba voar a velocidade apropriada
de sua polar com a correção do anel de Mc Cready.
O que Mc Cready não te diz, é onde
estão as térmicas, como centrá-las e em que altura elas estão
melhores.
Isto pode parecer simples e de baixo
nível teórico, porém na prática, temos alguns problemas! A atmosfera
baixa se divide em camadas, onde as ascendentes térmicas tem valores
médios diferentes. Se o piloto 2 chega na térmica antes, porém em
uma altura onde a térmica sobe lenta, +1,5 m/s, e o piloto 1 que
voou em Mc Cready "0", chega mais alto na térmica com +4 m/s (o
valor médio em toda extensão da térmica continua sendo +2), porém o
piloto 1 terá se saído melhor. Quem sabe o piloto 3 que arriscou
tudo em velocidade, encontre uma térmica recém saída do solo tão
forte quanto os esperados +2, que lhe compense ter arriscado e
corrido tanto!
Porque então falamos de valores médios
das térmicas, sendo que nem todas as térmicas do dia possuem o mesmo
valor médio! E muito menos elas possuem o mesmo valor médio em toda
sua extensão?! Sempre haverá um fator sorte aleatório. Porém,
aplicando a técnica em muitas térmicas e em um vôo longo, terá
vantagem quem melhor aplicar a teoria Mc. Cready.
o conceito Mc Cready está baseado
sobre o conceito "Speed to Fly", onde buscamos voar na velocidade
ideal da polar da asa, este deveria ser o primeiro desafio de um
piloto que deseja otimizar sua velocidade de vôo em transições.
Depois de integrado, o piloto pode pensar em ir mais longe,
aplicando a teoria Mc. Cready. A cada dia, aplicando a teoria,
sempre aparecerão novos desafios, como por exemplo, os cálculos de
planeio final!
Poderíamos completar uma prova no
melhor planeio em função da polar da asa, ou seja, na velocidade de
melhor planeio. Ou então subirmos o mais alto possível e ir logo com
a maior velocidade em direção ao Goal! O que seria melhor?
Isto depende do valor médio da última
térmica que está girando! Novamente usaremos o Mc. Cready, não para
estimar a velocidade até a térmica seguinte, mas para ir ao Goal o
mais rápido possível em função do valor médio da última térmica que
estamos girando!
O piloto 1, sai da térmica no
exato momento em que percebe que já pode chegar ao Goal em seu
melhor planeio.
O piloto 2, utiliza o cálculo
Mc. Craedy e decide subir mais na térmica de +2 m/s, para depois
sair mais alto e atrazado, porém com maior velocidade até o Goal.
Parecerá inicialmente que o piloto 1
já ganhou a prova, porém logo o piloto 2 o alcançará e o passará.
O piloto 3 sai juntamente com o
piloto 1, acelerando tanto que acaba não chegando ao Goal, pousando
antes.
Tudo isto são técnicas básicas,
baseadas no conceito Speed to Fly (otimização das velocidades em
função da polar) e na teoria Mc. Cready. Em aprimoramento, teríamos
que utilizar também um cálculo com os ventos que estão incidindo
durante o vôo e que veem a afetar os resultados!
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Tudo isto foi simplificado com os novos aparelhos integrados ao
GPS! Eles fazem todos os cálculos, adicionando velocidade de
vento e de solo, transmitindo tudo em sinais visuais e sonoros
para o piloto saber quando deve correr e quando deve ir devagar.
E até quando deve sair da última térmica para completar a prova! |
É genial e transformou a forma dos
pilotos voarem, lenvando-os muito depressa para um vôo otimizado,
que até agora era uma arte, uma questão de sensibilidade de cada
piloto.
Porém, tudo irá por água abaixo se o
altímetro não estiver bem calibrado, se a polar introduzida no
aparelho não estiver correta ou se a carga alar não foi corretamente
configurada! Porque o piloto acabará obedecendo instruções erradas
geradas pelo aparelho e quem sabe, voará pior do que aquele piloto
que seguiu simplesmente seus instintos básicos!
Temos também que reconhecer que os
parapentes tem polares bem mais curtas e inclinadas, qualquer erro
com os valores não alterará tanto os resultados. Um erro de 10%
voando a 40 Km/h, não produz o mesmo efeito do que voando a 200
Km/h!
Então, para usar bem estas inovações,
você deve calibrar muito bem seu equipamento. Para deixá-lo bem
preciso, é necessário uma boa quantidade de planeios em ar super
calmo e sem vento (algo quase impossível na prática), também podemos
inserir a polar de nossa asa, de forma aproximada, mediando todos os
valores e eliminando os valores extremos e ilógicos. Esta polar
deverá ser estimada com a carga alar com a qual você está acostumado
a voar. E terá que alterá-la quando utilizar lastro. Também terão
que ser consideradas a temperatura, altitude e a pressão do dia!
O que para os planadores é
imprescindível, para as asas delta são úteis e para os parapentes
quem sabe são excessivos! Para aproveitar ao máximo os cálculos de
Mc. Cready em sua forma convencional, o vario tem que funcionar com
energia total compensada, de modo que o vario marque "0" quando a
atmosfera não tem nem ascendentes nem descendentes. Porém você
estará baixando a taxa real de descida em sua polar para esta
velocidade. E quando a térmica estiver subindo a +1 m/s, mesmo que
estiver acelerando ao máximo e afundando, o vário terá que marcar +1
m/s (a energia total, revela, não o seu afundamento ou sustentação,
mas sim a energia atmosférica sem a ação da asa). Enfim, indicará a
real massa de ar em ascendente ou descendente ao seu redor. Muitos
poucos pilotos voam com os varios configurados assim, alguns usam
meio compensados e a grande maioria voam com variometros normais que
indicam somente se a asa está subindo ou descendo mediante ao vôo.
Mesmo utilizando estes novos equipamentos com o vario em modo
normal, os cálculos realizados por ele são compensados. Desta
maneira você não se sente tão estranho com a sua leitura!
Antes de se aprofundar e dedicar muito
tempo para aproveitar todas as qualidades do seu novo vário, deve-se
perguntar se você quer mesmo voar melhor, seguindo como um robô os
instrumentos para ter ótimas vantagens sobre os outros pilotos!?
Para voar melhor de verdade, estude a teoria de otimização de
velocidades pela polar (speed to fly) e a teoria de cálculos de Mc.
Cready, estabeleça suas polares e pratique tudo o que pode em vôos
com condições distintas, estimando os valores médios, comprovando
logo as taxas de acertos e aproveitando a presença dos outros
companheiros, que de acordo com você, possam voar as mesmas
transições em valores de Mc. Cready diferentes, para ver o que
acontece! Enfim, aplique a teoria de forma prática sem prestar
demasiada atenção para as flechas do vario, a não ser para a gulha
do vario e para as condições do dia. Se prefere algo mais cômodo e
deseja voar por "instrumento", então, deixe que as flechas decidam
por você!
O que mais desfrutamos na aparição do
GPS e sua integração com o variometro moderno, é a informação que
eles dão referente a direção e intensidade do vento, com sua ajuda,
entendemos melhor o que está acontecendo com o vento durante o vôo.
Você pode se aprofundar mais na teoría
de Mc. Cready, lendo livros avançados de vôo a vela.
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